16 de março de 2005

O mal dos Portugueses

Um tema querido...
Os 10 milhões de Portugueses não são a maior riqueza do nosso país, são a única. É tudo em que podemos contar. E é por isso que, sempre que tenho que fazer sondagens, me sinto deprimido. O défice de inteligência, de bom-humor, de franqueza e de disponibilidade a acreditar na bondade de um estranho são as únicas razões que explicam o falhanço de governos e políticas e gerações.
Há um Povo Português que não tem competência intelectual para preencher um impresso escrito na sua língua materna. Este Povo continua a pensar que um meio de comunicação que muda a cor do mundo inteiro com a velocidade de um golo azul, ou vermelho, ou verde, lhes pode dizer seja o que for acerca de seja o que for...

Não é verdade! Não é verdade que as ruas estejam muito perigosas porque vimos alguém injectar-se na TV. Lisboa não é mais perigosa que Bruxelas, que Milão ou que Paris. Acreditem em quem lá esteve. Acreditem em que não tem interesse em que acreditem.

E não é verdade que não se me possa abrir a porta, ou não se me possa responder no telefone porque o outro deve ser perigoso. Não, eu não devo ser perigoso.
Depois de fazer sondagens sinto-me cansado e penso que não podemos contar com estas pessoas, que ainda são o Povo Português. O desastre do nosso país somos Nós.

Carlos Miguel Maia