14 de novembro de 2006

Marketing.pt

Scolari a reafirmando ser fã de Augusto Pinochet


Não é novidade que eu considero que os markeets são os piores dos seres humanos, uma intercepção entre o requinte dos sublimes nos métodos e a rudez dos macacos nos propósitos. Aquilo a que se chama malvadez.

A medida mais perfeita dos méritos de um povo é a publicidade a que é sujeito. Veja-se a Suécia, uma nação de gente inteligente e que, por isso, louve-se o esforço, obriga os marketeers a pelo menos tentar esconder que nós não somos mais que um público-alvo.

Nesse país, como noutros, a inteligência do povo grageou-lhe o direito de se lhes ter que fingir que estão a ser respeitados como pessoas com direitos.

A medida, por sua vez, da boa ou da má conta em que o marketeer leva a inteligência dos compradores é a menção mais ou menos explicita, mais ou menos latente, do tal publico-alvo. Decorrendo do que eu estava a dizer antes, quanto mais esperto o marketeer pensa que o comprador é, mais obrigado fica a chegar-lhe sem lhe dizer que é ele a quem está a tentar chegar.
(A repetição do argumento terá a ver com a inteligência que eu acho ao meu público-alvo)

Chegado a casa, deparei-me com posters gigante da CGD, com a fotografia em dimensões elefantinas, de um jovem rapaz, de olhar vago e ar massificado e de uma rapariga, também ela escolhida para ser igual às outras todas. "EU [não] SOU FÃ" do tipo de marketing que diz:
se também tu tens o cabelo assim, e vestes
e ages
e pensas da mesma maneira que todos os outros que pensam que também são diferentes e especiais,
enquanto vão à mesma discoteca que tu,
compra* já!

Detesto o marketing e detesto quando me fazem sentir estúpido!
"[não...] EU [definitivamente não] SOU FÃ".


* o equivalente a uma daquelas assinaturas que vende a tua alma ao diabo por causa de uma casa ou de ainda menos.