12 de fevereiro de 2009

Rafa vs. Fededer



O duelo mais intenso e pessoal talvez seja o que opõe Rafael Nadal a Roger Federer. E é intenso e pessoal porque o ténis é, de todos os desportos que não incluem knock outs, a modalidade que melhor reproduzir um duelo até à morte entre duas pessoas.

Não vou entrar nas discussões, perfeitamente válidas e meritórias, acerca do facto de Federer ter perdido 13 dos 19 encontros com o seu rival. E também não vou realçar o facto de o "melhor jogador que alguma vez pisou um court" já ter perdido finais com Nadal em todas as superfícies.

Mas vou arriscar dizer que Nadal é o melhor jogador do mundo. E quem me conhece sabe que sou insusteito quando chega a apoiar seja o que for que venha de Espanha.
E arrisco dize r"Nadal", não porque Federer perde consecutivamente com o maiorquino por um motivo psicológico não muito bem explorado, que o leva a sair do estado zen em que, normalmente, voa sobre as partidas. Não é pela força da vontade, ou pela competitividade que Nadal ganha. O jogo moderno é feito de pegas de partir o pulso, bolas maiores e mais pesadas, raquetes e equipamentos mais leves e aerodinâmicos, encordoamentos mais leves e resistentes. Tudo isto tornou o jogo mais rápido e exigente e a única forma de adaptar os jogadores a esse realidade é dar-lhes uma preparação física invulgar, mesmo num atleta de alta competição.

Ora, Rafa Nadal é de uma noma geração de tenistas. O actual n.1 passa por cima de 3 ou 4 júniores por treino, qual campeão de boxe a esmagar jovens desconhecidos durante a preparação para um grande combate. Ele não é só mais rápido que o Federer, ele é mais rápido que as pancadas dele. E como se não bastasse chegar cedo a cada bola, Nadal desenvolveu um arsenal de pancadas devastadoras que, associadas ao furacão que lhe sai da mão canhota, deixam qualquer adversário de rastos, incluindo o mestre zen.

Pessoalmente, prefiro o estilo do Federer; quem não prefere? Ele é um cavalheiro à moda antiga, um porta-estardarte da perfeição técnica, da elegência, daquilo que o ténis devia ser, mas já não é. E é óbvio que não é um jogador completamente fora de contexto, bem pelo contrário. Estamos a falar de um jogador com um talento inacreditável associado a uma vontade sereníssima de vencer, que dominou o circuito de uma forma que todos os outros campeões admitiram nunca ter sido vista.

Mas agora viu-se ultrapassado por um jogador que combate fogo com mais fogo e velocidade com mais velocidade ainda. De tal forma que, às vezes, parece que estamos diante de um combate entre um exímio espadachim, e um marine armado com uma semi-automática.
Game, set and match: Nadal.