1 de janeiro de 2006

SiXilia

Deambular por capitais barrocas à noite, perder-se em aldeias escondidas, dormir no meio de vales e templos romanos e no anfiteatro de Taormina perder-se de amores por uma paisagem de colunas e capiteis e barcos pintalgando o azul calmo do Mediterrâneo e prédios e montes e vales atravessados por combóios e um vulcão que fumega
na cadência de um cachimbo,
ao sabor do tempo que se esquece de passar.

Lutar contra marés de turistas estrangeiros na romaria gelada do passeio dos tristes.
E a cada passo levava-a no pensamento. Caminhei sozinho com ela. Odiei e amei-a no passar de uma só rua, no andar de um só passo, no soprar de um só fôlego.

Perder mil batalhas. Desistir dela, dos outros e de si próprio. Caminhar vagueando até ao último refúgio programado.
Cair… chorar de cansaço, de rancor e de medo. Até adormecer.


Acordei com dois sulcos da cor amarela da terra, que caiam dos meus olhos e marcavam a minha face como duas cicatrizes.
Mas já não tinha medo de olhar para trás. Não tinha mais do que fugir. Tinha dobrado o meu cabo.
Estava na hora de voltar.