7 de junho de 2009

Ao lado

Meio ano passou desde que comecei a aventar as minhas hipóteses sobre quem seriam os melhores do mundo da actualidade nas modalidades em que mais me reconheço. E, passado esse tempo, os facto fizeram o excelso favor de me contrariar cada análise.

Primeiro foi a derrota, que teve tanto de inesperada quanto de irrevogável, dos Cavs de LeBron James diante dos Magic na final da Conferência de Leste da NBA. E, se bem que LeBron tenha desencantado os melhores números dos playoffs e da temporada, o antecipado confronto com os Lakers de Kobe, nas finais da NBA, ficou suspenso por mais um ano.
É que ser o melhor terá que, no futuro, será o melhor passa por deixar os colegas serem excelentes. Nenhum jogador sozinho pode chegar a um título. O próprio Kobe sabe que os títulos que atingiu no passado, incluindo o que se arrisca a ganhar esta temporada (terá este sido o meu "beijo da morte"?) só aconteceram porque tinha Shaq ao lado nos dois primeiro e Pau Gasol ao lado no último (e neste). O seu jogo pode ser brilhante, mas o que há de mais brilhante nele é a sinergia que conseguiu criar com certos jogadores fortes nas tabelas e com quem consegue diversificar a ameaça ao adversário.
Quanto de Michael Jordan não estava na química (uma química diferente, é certo) que levou Scottie Pippen também ao seu melhor?
LeBron tem material na sua equipa para construir um vencedor de campeonatos. Mo Williams, o base titular, tem sido apontado como o tal "robin" de que o protagonista precisava, e com toda a justiça. O que falhou na série com os Orlando? Para além de problemas óbvios nos confrontos directos em cada posição, onde os Magic apresentava consistentemente jogadores mais altos e fortes, principalmente nas posições interiores, falhou Mo. E falhou LeBron, que de tanto querer levar a equipa às costas, substituia-se vezes se conta a ela, em jogadas sucessivas que começavam e acabam em si e a que a defesa de Orlando, comandada pelo Defendor do ano, Dwight Howard, foi sabendo dar resposta. Na medida em que Mo brilhar, na medida em que LeBron deixar Mo Williams brilhar, na medida em que king James trouxer ao de cima o que há de melhor no resto da equipa se fundarão as esperanças dos Cavs na corrida ao título do próximo ano.



Hoje mesmo, deu-se a machadada final nas minhas aspirações a comentador desportivo. Apesar de me declara afecto ao campo de Rafael Nadal, foi o "fed express" a alcançar o objectivo que perseguiam os dois: suceder a André Agassi na empresa de conseguir a vitória nos quatro torneios do Grand Slam ao longo da carreira. É necessária grande versatilidade para conseguir triunfar perante especialistas nas quatro superfícies e é raríssimo (são agora seis os que o conseguiram) ter jogo para vencer em torneios de 2 semanas, com partidas disputadas a 5 sets, em todas elas. Quando Nadal, no ano passado, venceu a sua "besta negra": Federer no seu habitat natural, a relva de Wimbledon, e depois de calvalgar para a vitória na Austrália, todos pensaram que o seu reinado nunca iria abdicar da sua capital: a terra batida de Roland Garros e que, no final do ano, nos Estados Unidos, Nadal conseguiria chegar ao cume primeiro. Não foi assim. Nadal perdeu logo nos quartos de final com um especialista em terrenos mais rápidos, que podem ser muito complicados quando aprendem a movimentar-se na terra batida e Federer não enjeitou a oportunidade, recebendo da mãos do próprio Agassi o trofeu que lhe faltava lá em casa.
Não tenho a menor dúvida que, se não for neste mesmo ano, dentro de pouco tempo Nadal estará a inscrever o nome no troféu norte-americano e nessa muito exclusiva lista de "all-time greats". Até lá, prestemos homenagem a Roger Federer, o que muitos consideram, provavelmente, o mais perfeito executante a alguma vez entrar num court de ténis.