31 de agosto de 2006

... but they're born easy, nonetheless

Voltei à Europa.

Desculpem o mau hábito tirado aos ingleses de chamar Europa a um sítio que não é no meu país. Desculpem o mau hábito português de só ir buscar os maus hábitos aos outros países. E desculpem o mau hábito de dizer que os portugueses, seja lá o que isso for, têm maus hábitos.

just planting seeds

Toda a gente sabe que os jornais desportivos adoram fazer pequenos trocadilhos com os nomes dos jogadores. Quem não se lembra das capas brilhantes que se fizeram à conta do Pena, do FCP... capas como "Foi Pena" (caso ele falhasse um penalti decisivo) ou "Valeu a Pena" (caso ele o marcasse).

O Benfica, que desde o brilhante "BenfiCamacho" (esta não era fácil; foi precisa alguma imaginação) tem andado arredado das compras de jogadores com nomes sonantes, no sentido etimológico da palavra.

Já o Sporting fez um favor imenso quer aos jornais desportivos, quer à empresa Ferrero (proprietário dos direitos sobre a marca Kinder) quando contratou um sul-americano chamado Carlos Bueno. Até já estou a imaginar o esfregar das mãos de contente do intelectual da bola que normalmente faz as capas. É que, não nos esqueçamos, Bueno é bom.

Pois bem, agora chegou ao FCP um lateral direito de nome Jorge Fucile, rotulado imediatamente de novo Sonkaya, mais um barrete para eu enfiar. Diz, quem sabe italiano, que fucile (lido futchile) quer dizer espingarda. Eu sei que, desta vez, não vai ser muito fácil mas aposto que ainda vai aparecer por aí um qualquer paineleiro a dizer que afinal o rapaz não era grande fucile.

26 de agosto de 2006

Blank

Nunca vi uma página em branco que fosse feita da ausência de nada.

São sempre um conjunto disconexo de fragmentos completamente desinteressantes,
o reflexo da vida que foi soprar para outro lado.

Hoje tenho três marcas de morte na cara e a certeza de que não vivi para sempre. É a única coisa real que tenho, a única que não sei e a única que existe.

Tudo o resto são pontos minúsculos, that add up to nothing,
que não são a ausência de nada,
mas a sua presença.

23 de agosto de 2006

Peregrinação na forma tentada

O mar não chama por mim, como se não houvesse nada do outro lado.
Sinto-me Adão, o Néscio.

18 de agosto de 2006

O fim da Aldeia Global

Não havia mais comunistas a querer destruir o mundo e as liberdades.

A internet e os telemóveis andavam nas bocas do mundo. Eram possíveis coisas inimagináveis, como mandar mensagens, e mais tarde sons e mais tarde imagens para o outro lado do mundo à velocidade do instantâneo.

Tinham morrido as distâncias. Da Suiça chegavam notícias de que os cientistas tinham conseguido "teleportar" partículas materias de uma ponta do laboratório e fazê-las chegar à outra ponta. Daí aos seres humanos, era uma questão de tempo.

Andava de moda o yoga, os retaurantes vegan, os índios que dançavam com os lobos e os próprios lobos.

Falavam-se de coisas como o turismo ético, as viagens à América do Sul e à volta do Mundo e alguém chegou mesmo a dizer que o turismo ainda ia salvar África.

Até se falava de Marte.

Tínhamos todos descoberto que afinal vivíamos numa Aldeia Global... fascistas islâmicos incluídos.

11 de agosto de 2006

Are you with me, Steve?

Outro clássico... Desta vez são as aventuras de Steve a bordo de um F-18 Hornet.
Não, ele não estava pronto.



There is something of a Tom Cruise in Steve...
is it the chewing gum?
the hot shot pitch "yes, I am ready"?
Yeah, maybe that's it... maybe I see more of a Charlie Sheen than of a Tom Cruise.

10 de agosto de 2006

Dónde está el Online Music Specialist?

Não. O senhor que está a ser entrevistado não é o especialista em música online que vinha falar de uma decisão qualquer de um tribunal inglês.
Quem é este senhor? O taxista que o trouxe até aos estúdios.
Parece que tinham o mesmo nome e quando alguém de lá de dentro chamou por um "Guy", ele respondeu.
Poucos segundos depois...



An all time favourite.
A tribute to those long April afternoons and to a friend that is flying to a place far away from all his homes.
Have a good one, moe!

Co

Quando cheguei a casa, pousei as coisas e fui até ao computador. Liguei o browser da internet e escrevi duas letras no address bar: re...

Apareceram duas opções no meu histórico
http://www.record.pt e
http://www.repubblica.it

Foi nessa altura que descobri que o Adriaanse se tinha demitido.

8 de agosto de 2006

Comédia de levantar-se

Ao longo da história das ideias, muito se tem discutido a quem é que deviam ser entregues as rédeas do poder político.

A um? A dois, a três? A vários? A muitos? A todos?
Ou será melhor entregar o destino das nações aos sábios? Ou aos jovens?
Aos fortes? Aos espertos?
Aos cientistas? Aos artistas?
Aos políticos?
(Esta última é uma teoria muito interessante, audaciosa até, mas que não recolhe muitos apoiantes.)

Eu sou daqueles que acredita que o poder devia ser entregue
aos comediantes. Daqueles que fazem stand up.

5 de agosto de 2006

Confissão III

É do senso comum que a primeira rapariga de quem gostei se chamava Joana, uma colega da escola primária que, para além do mais, também vem rotulada de "primeira namorada".

Nem uma coisa nem outra são verdadeiras. Nada contra a rapariga, de quem tenho uma memória absolutamente beningna. Mas não acho que seja verdade pelo simples facto de considerar que, quando tinha apenas 9 ou 10 anos, não era capaz de sentir o mínimo afecto de tipo romântico.

Posto isto, o que quase ninguém sabe é que a primeira rapariga de que me lembro de ter gostado do ponto de vista estético-afectivo, isto é, que me dava vontade de lhe espetar um beijo ou assim, chamava-se Helena.

Um nome auspicioso, de facto.

Para mais, durante algum tempo pensei que o adjectivo helénico tinha alguma coisa a ver com o nome próprio Helena e não com Hellas, a palavra que os gregos, na sua língua nativa, usam para nomear o seu próprio país.

Confissão II

Uma vez, no último da escola, penso que na 3ª ou na 4ª classe, um rapaz da minha turma chamado Vicente disse-me que ia "passar as férias na colónia".

Eu, com a arrogância intelectual que me caracteriza desde esses dias, corrigiu-o prontamente:

- Não! É Polónia que se diz... PPPolónia, com P.

Infelizmente, já não me consigo lembrar da cara que ele deve ter feito.

Confissão

Quando era bastante jovem e comecei a acompanhar as noites eleitorais julgava que quando a Judite de Sousa se referia ao STAPE (o Secretariado Técnico de Assuntos para o Processo Eleitoral), se estava a referir à palavra inglesa staff. Como se o staff da RTP é que estivesse a seguir a contagem dos votos.

"A RTP apurou junto do staff, que está a acompanhar as eleições, que ainda faltam apurar os resultados em 729 freguesias".

Para além disso, ainda não estava muito clara na minha cabeça a diferença entre stuff e staff.

O fim do capitalismo latifundiário, segundo Dalcò Olmo

O patrão está morto e Alfredo Belinghieri deve permanecer vivo.

Mas como o patrão ter morrido e Alfredo Berlinghieri permanecer vivo?
Alfredo Berlinghieri é o patrão.

Não! O patrão morreu!
Ele agora é apenas Alfredo Berlinghieri, a prova viva
de que o patrão está morto.

4 de agosto de 2006

Mas, mas...

O Jorge de Brito não era aquele que tinha inventado o termo "passivo" no Benfica?
Aquele que se pôs a comprar o Futre no pico da carreira, por um famoso milhão de contos, quando o Benfica não tinha dinheiro para mandar cantar o ceguinho?

2 de agosto de 2006

Simetria

Amanhã vou ver segunda parte do Novecento do Bernardo Bertolucci. Embora não tivesse gostado do Dreamers dele, está rapidamente a tornar-se num dos meus realizadores preferidos.

Ontem fui ver a segunda parte do jogo do Benfica do Fernando Santos. Embora não tivesse gostado do Porto dele, está rapidamente a tornar-se num dos meus treinadores preferidos.